A ficha demorou, mas caiu para Keyla Barros, medalha de bronze nos 1500m classe T20 nos Jogos Paralímpicos de Paris! Em entrevista ao O DIA, a piauiense revelou que sempre sonhou em disputar e medalhar em uma Paralimpíada, afirmou que precisou sair do Piauí para conseguir realizar o sonho de ter uma medalha em Jogos Paralímpicos e disse ainda que já planeja o novo ciclo paralímpico visando o ouro em Los Angeles 2028.
Estreante em Paralimpíadas, Antônia Keyla da Silva Barros foi diagnosticada em 2019 com deficiência intelectual. Mas não foi essa condição a principal barreira durante a carreira. E sim a falta de apoio e de estrutura para os treinos, principalmente no começo de tudo. Sobre o primeiro passo para a conquista do bronze em Paris, Keyla não hesitou e disse que "sair do Piauí" foi a primeira decisão tomada para o sucesso paralímpico.
Após a difícil decisão, Keyla foi morar com o pai e morou na capital paulista e em diversas cidades do interior de São Paulo. Por lá, enfrentou dificuldades - e sem entrar em detalhes, disse ter sido enganada. Porém, conseguiu melhores condições de treino e começou a se destacar nas pistas. No currículo, Keyla tem as conquistas de competições como os Meetings e Circuito Nacional Loterias Caixa, realizadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB); além da prata nos 1.500m no Mundial de Kobe 2024; prata nos 1.500m no Mundial Paris 2023; prata nos 1.500m no Global Games França 2023 (Virtus) e prata nos 800m no Grand Prix Chile 2021.
Conquistas que foram coroadas com um lugar ao pódio e o bronze em Paris. "Eu sempre visualizei isso, sempre mentalizei que eu conseguiria participar de jogos paralímpicos de alguma forma e apesar da dificuldade eu conseguia treinar, eu conseguia fazer o que tinha que ser feito na condição que eu tinha. Então, eu consegui chegar, chegar na medalha também foi importante para ser uma divisão de águas na minha carreira daqui para frente", celebra a atleta.
A conquista em Paris deu à piauiense mais notoriedade, patrocínios e mais estrutura para os treinos. Por isso, a atleta planeja um ciclo paralímpico mais consistente visando os Jogos de Los Angeles 2028. E a meta agora é o ouro em LA! "Agora com a minha medalha, eu tenho patrocínios que vão me dar uma assistência total, para que eu consiga fazer uma preparação mais tranquila, sem desespero. E buscar não ter tantas lesões, porque eu fui para o Mundial com lesão, fui para os Jogos Paralímpicos com lesão. Então agora é programar de forma correta, para tentar melhorar e ser campeã mundial já ano que vem no Mundial e ir em busca do ouro nos próximos Jogos", finaliza.
A piauiense completou a prova com o tempo de 4min29s40 para ficar com o terceiro lugar. Já a medalha de ouro ficou com a polonesa Barbara Zajac (4min26s06), enquanto a prata foi conquistada pela ucraniana Liudmyla Danylina (4min28s40). A época, Keyla comemorou a inédita conquista. “Oficialmente medalhista paralímpica. Estou muito feliz, como se fosse ouro. E quero agradecer a todos que fizeram parte desse sonho”.
Nas redes sociais, Keyla exaltou ainda as raízes nordestinas e lembrou da avó. A piauiense exibiu uma foto da avó durante a comemoração da conquista da medalha.