Apesar do desemprego em menor nível no país desde 2012, da inflação controlada e do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) acima das expectativas, o PT não vem conseguindo transformar a bonança econômica em popularidade nas eleições deste ano. Além de a aprovação ao presidente Lula ter caído, nenhum candidato do partido é franco favorito a vencer em capitais.
O que aconteceu
O melhor desempenho do PT nas pesquisas de intenção de voto é em Fortaleza. O candidato do partido, Evandro Leitão, tem 25%, tecnicamente empatado com André Fernandes (PL), com 27%. Na simulação de segundo turno, os dois aparecem empatados com 43%, informa o Datafolha.
Em Teresina, o PT também disputa. Fabio Novo (PT) tem 40%, empatado na margem de erro (de três pontos percentuais para mais ou menos) com Silvio Mendes (União), com 44%. No segundo turno, Mendes venceria o petista por 49% a 44%, diz a Quaest.
Em Goiânia, o PT briga pela liderança, mas também perderia no segundo turno. A deputada federal Adriana Accorsi (PT) está tecnicamente empatada com Sandro Mabel (União): ela tem 22% contra 24% do rival. Em agosto, ela registrava os mesmos 22%, enquanto Mabel marcava 19%. No segundo turno, o candidato da União Brasil seria eleito com 50% contra 35% da petista, diz a Quaest.
O PT só lançou candidato em 13 capitais este ano: Aracajú, Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Manaus, Natal, Porto Alegre, Teresina e Vitória. E apoia candidatos em outras 13: Belém, Boa Vista, Curitiba, Macapá, Maceió, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, São Paulo e Tocantins
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Eleitor não percebe melhora econômica
A economia brasileira vem crescendo acima das expectativas. O PIB subiu 1,4% no segundo trimestre, na comparação com o primeiro. Em relação ao mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 3,3%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Além disso, o desemprego segue em queda. Cerca de 6,6% da população não encontrou trabalho entre junho e agosto, percentual mais baixo para o período desde que o levantamento começou a ser feito, em 2012.
Já a inflação está controlada e perde força. Em setembro, avançou 0,13%, no quarto mês seguido de desaceleração. De janeiro a setembro, o índice ficou em 3,15%, abaixo do teto da meta para 2024, que é de 4,5%.
Apesar dos bons indicadores, a população não percebe a melhora. Cerca de 42% dos brasileiros entrevistados pelo Datafolha acham que a economia piorou nos últimos meses, 29% dizem que nada mudou e só 26% notaram melhora, segundo pesquisa de agosto.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, culpou a desinformação nas redes sociais pela percepção negativa da população. Ele falou em uma prática "protofascista" da oposição para "minar a credibilidade" da economia.
Dizem que o desemprego está aumentando, mas o desemprego é o mais baixo da série histórica. Falam que a renda está caindo, mas há 28 anos não tínhamos um incremento como o que tivemos em 2023
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Uma das consequências da má percepção da economia é a avaliação ruim do governo Lula, principal cabo eleitoral do PT. A impressão positiva sobre seu governo oscilou de 37% para 35% entre julho e setembro, enquanto a avaliação ruim ou péssima variou de 31% para 34%, segundo o Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria). Já a confiança em Lula foi de 46% para 45%, enquanto a desconfiança oscilou de 51% para 52%.